Chego ao Alentejo como se percorresse uma paisagem dentro de mim. Desde miúdo que conheço este abrigo seguro, este esconderijo de luz.
A cal não tem cor. É luz fóssil aprisionada numa concha imaginária. Cresce com o tempo, como uma espécie de pele das casas, camada sobre camada.



20140304

Alentejo - tão límpidos os sons mergulhados em silêncio



Venho para o Alentejo à procura da raridade dos sons mergulhados em silêncio.
Um homem passa e eu ouço-lhe os passos como se fosse a única coisa do mundo. Esta qualidade dos sons só a encontro aqui.
Se uma criança ri, ou a sua mãe ralha e uma motorizada passa, eu ouço as três coisas em simultâneo mas cada uma com uma limpidez quase absoluta.

 É essa mesma claridade que pretendo para as minhas fotografias.

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