Chego ao Alentejo como se percorresse uma paisagem dentro de mim. Desde miúdo que conheço este abrigo seguro, este esconderijo de luz.
A cal não tem cor. É luz fóssil aprisionada numa concha imaginária. Cresce com o tempo, como uma espécie de pele das casas, camada sobre camada.



20130714

A cor da cal


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A cal não tem cor. É luz fóssil aprisionada numa concha imaginária. Cresce com o tempo, como uma espécie de pele das casas, camada sobre camada.

 Tento captar a sua respiração antiga, o sal que lhe nasce por baixo como se aí existisse uma praia. Decoro-lhe as formas como quem memoriza uma palavra caída em desuso ou um mapa, a forma como se arredonda como um seixo na curva entre o corredor e a escada.

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