Chego ao Alentejo como se percorresse uma paisagem dentro de mim. Desde miúdo que conheço este abrigo seguro, este esconderijo de luz.
A cal não tem cor. É luz fóssil aprisionada numa concha imaginária. Cresce com o tempo, como uma espécie de pele das casas, camada sobre camada.



20150607

Graças ao estio



À noite, se a temperatura não desce, o corpo entra na paisagem pelo seu lado mais quente. Funde-se e participa, derrete-se. Quanto menor for a resistência maior será o prazer. Aquilo que noutro sítio é um exercício de estilo ou uma metáfora, torna-se na noite do Alentejo uma questão de sobrevivência.




Caída a noite, e sem o menor sinal de trégua do calor, observei como faziam os gatos em Avis , antes de me  sentar na pequena  esplanada do bar “Saloon” onde , a coberto das sombras noturnas, bebi o meu primeiro Sharish e fiz este desenho. 




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